Quem era Pipetto? É Pipetto, dizia, mas eram apenas, mais uma vez, meus lábios a recordar. Somente flatus vocis. Quem era Pipetto eu não sabia. Ou melhor, alguma coisa em mim sabia, só que essa coisa se enfurnava, sonsa, na região ferida de meu cérebro.

ECO, Umberto. A misteriosa chama da rainha Loana. Rio de Janeiro: Editora Record, 2005, p. 178.