"(...) Não posso suplicar que meus erros me sejam perdoados; o perdão é um ato alheio e só eu posso salvar-me. O perdão purifica o ofendido, não o ofensor, a quem quase nada afeta. A liberdade de meu arbítrio talvez seja ilusória, mas posso dar ou sonhar que dou. Posso dar a coragem, que não tenho; posso dar a esperança, que não está em mim; posso ensinar a vontade de aprender o que pouco sei ou entrevejo. (...)"


BORGES, Jorge Luis. (2009). "Oração". Poesia/Elogio da Sombra. São Paulo: Companhia das Letras, p. 71.